Muitas mulheres, inclusive eu, adiaram o projeto maternidade por conta do surto de zika vírus e sua comprovada relação com a microcefalia. O problema é que já estou com 33 anos e, daqui para frente, vai ficando cada vez mais difícil engravidar. A qualidade dos nossos óvulos só piora e a quantidade vai diminuindo com cada menstruação. Sem falar que com o passar dos anos, é maior a chance de aborto, Síndrome de Down e outras doenças congênitas e neurológicas, ressaltou o ginecologista Mario Cavagna, presidente da SBRH (Sociedade Brasileira de Reprodução Humana), durante o lançamento do site Gravidez em tempos de zika, nesta segunda-feira (19).
Então, será que devo adiar a gravidez ou tomar todos os cuidados possíveis e seguir com o sonho de ser mamãe? Me fiz essa pergunta milhares de vezes até que eu e meu marido decidimos seguir com o projeto! E acho que tomamos a decisão certa!
No bate-papo com jornalistas e blogueiros, a infectologista Melissa Falcão, membro da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), afirmou que ainda vamos continuar convivendo com o mosquito aedes aegypti por tempo indeterminado, por isso “é importante planejar a gravidez no contexto do zika”.
-O zika veio para ficar, mas acreditamos que a incidência da doença deve diminuir, assim como aconteceu com a dengue. Como eliminar o mosquito é algo muito difícil, o acesso à informação e a prevenção são as maneiras de a mulher engravidar em tempos de zika.
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A médica explicou que caso a mulher ou o parceiro tenha o diagnóstico de zika confirmado, é importante esperar 180 dias (seis meses) para começar a tentar engravidar. Isso porque o vírus pode ser transmitido via relação sexual. Se este não for o seu caso, mas vocês estiveram em alguma área endêmica, especialmente no Norte e Nordeste do País, é importante manter a mesma recomendação, já que 80% dos infectados não apresentam sintomas. Por via das dúvidas, é melhor usar camisinha e esperar este período para não correr nenhum risco, concorda?
Outra dica é o casal usar repelente desde o momento que acorda. Se o homem for infectado e a mulher estiver grávida, ele pode transmitir o vírus pelo sêmen. Neste caso, vale também o uso da camisinha. Sobre o repelente, é importante seguir a recomendação de reaplicação do produto, de acordo com cada fabricante.
Em áreas endêmicas, além do repelente, o casal deve colocar telas nas janelas e portas, usar roupas compridas que cubram os braços e as pernas e dar preferência para as roupas de cores claras. Melissa ainda acrescentou que o mosquito não gosta de ar condicionado e ventilador, então tente manter o ambiente refrigerado (quando possível, claro) para afastar o risco de picada.
– A dica mais importante é eliminar os criadouros do mosquito dentro de casa, já que ele não transmite apenas a zika, mas também a dengue e a febre chikungunya.
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