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Você já levou seu filho para tomar a vacina contra o HPV no posto de saúde? Desde o dia 3 de janeiro de 2017, o Ministério da Saúde ampliou a cobertura da imunização para os meninos de 12 a 13 anos. Para as meninas, cuja principal incidência associada ao vírus é o câncer de colo do útero na idade adulta, a vacina está disponível na saúde pública desde 2014 para a faixa etária entre 9 e 13 anos. Segundo a pasta, o Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer esta vacina em programas nacionais de imunizações.

Para Gustavo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), este é um passo importante para erradicar o papilomavírus humano e impedir o desenvolvimento de diversos tipos de câncer em homens e mulheres no futuro.

– O HPV é um vírus altamente contagioso e a sua transmissão acontece principalmente pelo contato sexual. A vacinação, além de ser benéfica para o público masculino, contribuirá para a diminuição, nas mulheres, do câncer de colo do útero e vulva, uma vez que possibilita a diminuição da circulação do vírus na população.

Leia também: Qual é a diferença da vacina do SUS e da rede privada?

Um estudo publicado pelo A.C.Camargo Cancer Center na revista científica International Journal of Cancer aponta que 32% dos tumores de boca em adultos jovens têm associação com o HPV. O grupo identificou também que há 10 anos o HPV respondia por 25% dos casos de câncer de amígdala, um dos mais frequentes nessa região, e hoje o vírus está associado a 80% desses tumores.

De acordo com o cirurgião oncologista Luiz Paulo Kowalski, diretor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do A.C.Camargo Cancer Center, historicamente esses tumores afetavam essencialmente homens mais velhos, tabagistas e/ou alcoólatras.

– Hoje esses tumores também atingem os mais jovens (entre 30 e 45 anos), que não fumam e nem bebem em excesso. Entre eles, alguns praticam sexo oral desprotegido. Somado a isso, está o fato de que a incidência esteja aumentando também porque a tecnologia que permite o diagnóstico melhorou.

Além de prevenir os tumores de orofaringe, a vacina também vai ajudar na proteção contra câncer de pênis e ânus. De acordo com o especialista, é fundamental orientar pais e responsáveis sobre a importância da vacinação contra o vírus HPV para ambos os sexos, assim como reforçar a comunicação a eles das evidências científicas de sua segurança e eficácia.

– Tanto para eles, quanto para os demais, é fundamental também falarmos sobre o papel do sexo seguro como medida de prevenção.

Kowalski ressalta que há mais de 200 subtipos de HPV, sendo que apenas 30 a 40 deles podem causar doenças como verrugas genitais e tumores no pênis, ânus, vulva, boca, garganta e colo do útero (o mais comum).

ATENÇÃO!

O esquema vacinal contra o HPV para os meninos será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica. A faixa etária contemplada na rede pública será gradativamente aumentada até 2020, quando abrangerá os garotos entre 9 e 13 anos.

Crédito de foto: FreeImages

 

 

 

 

 

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