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Por conta do Dia Mundial do Diabetes, comemorado nesta segunda-feira (14), participei de vários eventos com os mais renomados endocrinologistas do Brasil, entre eles, Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Mauro Scharf, vice-presidente da SBD, e Márcio Krakauer, diretor do departamento de campanhas da SBD. Aproveitei um pouco do meu bate-papo com cada especialista para reunir os principais mitos do diabetes tipo 2, por ser o de maior incidência da população. Será que, de uma vez por todas, este conteúdo de tanta qualidade vai ser capaz de conscientizar você a se cuidar mais e/ou tentar prevenir o surgimento desta doença que atinge 14,3 milhões de brasileiros?

Uma pesquisa do Ibope, encomendada pela indústria farmacêutica Merck e com o apoio da SBD, revelou que 1 em cada 3 brasileiros nunca mediu a glicemia. Outro dado que me assustou bastante foi que 92% dos diabéticos sabem da importância da alimentação e atividade física para o controle da doença, entretanto, 64% confessaram não praticar exercício físico e 66% acreditam que consultas médicas e exames são a melhor forma de controlar o diabetes. Será? A pesquisa ouviu 2.002 pessoas diabéticas e não diabéticas em todos os Estados brasileiros.

Veja 10 mitos (ou verdades) do diabetes tipo 2!

 

1 – O diabetes tipo 2 sempre apresenta sintomas.

MITO. O diabetes é conhecido por ser uma doença silenciosa. Aqueles sintomas que a maioria das pessoas associa com o aparecimento da doença, entre eles, sede excessiva, perda de peso e frequentes idas ao banheiro para fazer xixi, visão embaçada e cansaço, só dão as caras quando a doença já está instalada há 5 ou 10 anos e, muitas vezes, com alguma complicação associada. A dica dos especialistas é prevenir antes que o diabetes seja diagnosticado, especialmente pessoas com sobrepeso e/ou obesidade e histórico familiar da doença.

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2 – Quase metade dos brasileiros portadores do diabetes tipo 2 não sabe que têm a doença.

VERDADE. O diabetes tipo 2 está presente em 90% a 95% dos casos da doença no Brasil. Mesmo assim, de acordo com o Estudo de Prevalência do Diabetes Mellitus, no Brasil, coordenado pelo Ministério da Saúde, existem 46,5% de brasileiros que desconhecem ter a doença. Isso significa que este grupo está sem diagnóstico e sem tratamento.

 

3 – O diabetes tipo 2 é uma doença da terceira idade.

MITO. Pelo contrário, a incidência de diabetes tipo 2 vem crescendo entre crianças, adolescentes e adultos jovens devido ao excesso de peso decorrente de hábitos alimentares ricos em calorias e gorduras e ao sedentarismo. Mais do que a faixa etária, que é apenas um dos fatores de risco, o grande vilão desta doença é o estilo de vida desregrado. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, estudos recentes feitos em adolescentes com diabetes tipo 2 mostraram que o efeito do diabetes e da obesidade tem grande influência no sistema vascular, aumentando a rigidez dos vasos. Com isso, os pesquisadores alertam que o tipo 2, quando desenvolvido precocemente, é mais agressivo do ponto de vista cardiovascular do que em adultos.

 

4 – O uso de insulina no diabético tipo 2 significa que a doença está grave.

MITO. Quando o corpo não dá conta de equilibrar o nível de açúcar no sangue apenas com a medicação oral e as mudanças de estilo de vida, algumas pessoas precisam recorrer à insulina. Entretanto, isso não significa, necessariamente, que a doença tenha atingido um alto grau de gravidade. Significa, apenas, que o paciente poderá contar com a ajuda de um medicamento que vai controlar a doença, retardando por muitos anos as complicações crônicas do diabetes.

 

5 – Consulta médica e remédio são suficientes para o controle do diabetes.

MITO. Para que o controle ideal do diabetes aconteça, é preciso que o paciente também invista em uma alimentação balanceada e na prática de atividade física regular, além da monitorização da glicemia e do uso da medicação prescrita de forma contínua. Além disso, há uma preocupação por parte do Ministério da Saúde, em estimular que se torne prioridade a perda de peso, entre os obesos, como forma de se obter mais qualidade de vida. Até porque, estudos apontam que são essas as únicas formas de se reduzir as complicações do diabetes.

 

6 – Comer muito açúcar causa diabetes.

MITO. O diabetes tipo 1 é causado por fatores genéticos e outras causas ainda desconhecidas. Já o do tipo 2 é causado por fatores genéticos e estilo de vida. Estar acima do peso contribui para o risco de desenvolvimento do diabetes, assim como manter uma dieta hipercalórica, independentemente da fonte das calorias.

 

7 – O diabetes pode causar cegueira.

VERDADE. O descontrole glicêmico durante anos pode levar a complicações crônicas, como alteração na visão, problemas renais, neuropatia diabética, problemas cardiovasculares, amputações, entre outros. Uma pesquisa encomendada pela Bayer, que ouviu 4.000 pessoas de oitos capitais brasileiras, revelou que para 29% dos diabéticos a perda da visão é uma a complicação mais temidas, mas 57% nunca ouviram falar de retinopatia diabética e edema macular diabético.

 

8 – O único açúcar que o diabético pode comer é o da fruta.

MITO. No quesito alimentação, há sempre muitas dúvidas em torno do alimentos permitidos e proibidos para diabéticos. O fato é que há algum tempo, os nutricionistas e médicos não usam mais o termo proibido. Tanto frutas como doces e chocolates podem ser consumidos, desde que dentro de um planejamento alimentar e em pequenas porções. Embora as frutas sejam mais saudáveis, por conter fibras, vitaminas e minerais, elas também não devem ser consumidas à vontade, já que contém carboidratos. Lembrando que tudo em excesso pode alterar o controle glicêmico.

 

9 – Mulher que diagnostica diabetes gestacional vai ser diabética para sempre.

MITO. O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez. Ele costuma surgir no terceiro trimestre da gestação e geralmente é tratado com mudança no cardápio alimentar e atividade física. Na maioria dos casos, o diabetes desaparece quando o bebê nasce, mas esta mulher terá mais chance de desenvolver o diabetes tipo 2 no futuro. Mulheres que tiveram diabetes gestacional e deram à luz bebês com mais de 4 kg têm risco aumentado de apresentarem diabetes tipo 2.

 

10 – O diabetes tipo 2 pode ser prevenido.

VERDADE. Cerca de 70% dos casos de diabetes tipo 2 poderiam ser prevenidos ou atrasar o diagnóstico por meio da adoção de estilo de vida mais saudável, incluindo alimentação balanceada, prática regular de atividade física e controle do peso.

Crédito de foto: FreeImages

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