Você, papai ou mamãe, se lembra se fazia xixi na cama quando criança? Se um dos dois já passou por essa situação na infância, saiba que seu filhote tem até 44% de possibilidade de apresentar o distúrbio. Caso o pai ou a mãe tiverem demorado a parar de fazer xixi na cama, esta chance sobe para 77%. Ficou surpresa (o)? Eu também!
Segundo o pediatra Marco Aurélio Safadi, professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital Sabará, este problema é chamado de enurese noturna e, como ressaltado acima, tem caráter hereditário. Se você vive este problema diariamente, saiba que 15% das crianças aos cinco anos mantém perdas urinárias involuntárias durante o sono.
A enurese normalmente é uma condição benigna, na qual não há nenhum problema neurológico ou no trato urinário. O primeiro ponto para combater esta condição é compreender que se trata de um ato involuntário e assim, abolir qualquer atitude punitiva frente ao pequenino. Além disso, é essencial para o tratamento a conscientização da criança de que fazer xixi na cama é um ato normal e que ela vai superar esta fase, apenas vai demorar um pouco mais que alguns amiguinhos. Vale ressaltar que é muito benéfico o reforço positivo, elogiando fortemente o dia em que a criança acorda seca, com o objetivo de elevar sua autoestima.
Há várias possibilidades de tratamento, desde medidas simples, como restringir a ingestão de líquidos a partir de um determinado horário, antes de dormir, ou despertar a criança periodicamente durante o sono, até o uso de dispositivos com alarme sonoro que acordam o paciente e tratamentos medicamentosos.Alguns sinais do dia a dia precisam ser levados em consideração pelos pais, entre eles, observar se a criança já ficou mais de 6 meses sem urinar à noite e voltou a fazer xixi na cama; se durante o dia também apresenta perdas urinárias (e aí notamos que a calcinha ou a cueca estão sempre molhadas); se durante a micção a criança precisa fazer muita força (às vezes, chegando até a evacuar); ou até se o jato urinário do menino é muito fraco (fazendo a urina pingar em gotas).
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