Eu fico muito feliz de poder compartilhar com vocês tudo o que aprendo nos seminários, congressos, workshop e encontros dos quais participo dentro e fora do Brasil. Dessa vez, viajei até Buenos Aires, na Argentina, para aprofundar o meu conhecimento sobre câncer de pulmão junto com outros colegas e especialistas latino-americanos (foto abaixo).
Embora o câncer de pulmão seja uma doença agressiva e de alta mortalidade em pouco tempo, a boa notícia é que os novos tratamentos são capazes de aumentar a expectativa e a qualidade de vida, garante o oncologista clínico Luis Corrales Rodriguez, da Costa Rica.
– O câncer de pulmão não tem cura, mas com as novas medicações é possível controlar e proporcionar mais qualidade de vida ao paciente. Vale destacar que o câncer de pulmão é um dos que mais mata na América Latina.
O médico argentino Diego Lucas Kaen, chefe de Oncologia do Hospital Universitário Virgem Maria de Fátima, explicou que, no passado, o tratamento para controlar a evolução do câncer de pulmão era a quimioterapia convencional, que oferecia ao paciente uma sobrevida de apenas 6 a 7 meses.
– Hoje em dia, é possível avaliar as características do tumor por meio do sangue e não pelo tecido, para só então prescrever o tratamento mais adequado. Essa avaliação molecular é feita entre 7 e 10 dias. Dessa forma, conseguimos trabalhar com a medicina personalizada.
A terapia mais avançada para controlar a evolução do câncer de pulmão é a imunoterapia, que trouxe novas esperanças para os pacientes mais graves, uma vez que atua não somente no tumor como também nos sintomas da doença, explica Corrales.
– A imunoterapia trata o paciente de forma completa e ainda triplica a expectativa de vida, que passa de 6 para 18 meses. Entretanto, é importante ressaltar que de 100 pacientes, 80% vai ter alguma mutação genética, o que não significa que temos tratamento para todos os tipos de mutações. Por isso, a importância de investigar o tipo do tumor antes da prescrição do tratamento.
Além da mutação genética, outro fator que pode interferir no sucesso do tratamento é o momento do diagnóstico. Os especialistas reforçam que a detecção precoce é fundamental para o controle adequado da doença, “porque seu avanço é muito rápido”, reforça Corrales.
– A suspeita surge quando o paciente apresenta alguns sintomas por mais de 3 semanas, como tosse (até com sangue), dor torácica, perda de peso, falta de ar e alteração da voz. Uma vez confirmada a doença, o tratamento precisa ser iniciado o mais rápido possível.
Como é de se esperar, o tabagismo é a principal causa do câncer de pulmão, sendo o risco proporcional ao número de cigarros fumados por dia e o tempo de vício. Entretanto, você pode pensar: “Ah, mas eu conheço uma pessoa que teve câncer de pulmão e nem era fumante”.
Embora seja a minoria dos casos, nessas pessoas os fatores genéticos podem ter contribuído para o aparecimento do tumor assim como fumo passivo, exposição ao radônio e amianto, fumaça da lenha e até poluição do ar.
Como o tabaco continua sendo o responsável por 80% a 90% dos casos de câncer de pulmão, o primeiro passo para fugir dessa doença tão letal é parar de fumar agora e para sempre.
Crédito de foto acima: FreeImages
A jornalista Fabiana Grillo viajou a Buenos Aires à convite da indústria farmacêutica Pfizer.