Você sabia que de hoje (12/11) até domingo (18/11) é considerada a Semana Mundial de Conscientização do Uso Racional de Antibióticos? Por isso, quero compartilhar com vocês algumas informações que me chamaram a atenção sobre o uso consciente de antibióticos. O primeiro ponto que precisa ficar claro é que os antibióticos só funcionam em infecções causadas por bactérias, logo não devem ser usados para curar aquela gripe mais forte, ok? Lembre-se de que gripe é causada por vírus.
Se isso ficou esclarecido, o segundo ponto é que as bactérias sofrem mutações ao longo dos anos tornando-se resistentes ao uso de antibióticos, explica a infectologista Flávia Rossi, diretora médica do Serviço de Microbiologia da Divisão do Laboratório Central do Hospital das Clínicas.
– A resistência bacteriana dificulta o tratamento das infecções e aumenta o tempo de permanência do pacientes no ambiente hospitalar. Chega um momento que a bactéria se torna imune ao remédio. Não à toa, a resistência bacteriana representa um dos principais desafios nas áreas de epidemiologia e terapia de infecções para várias especialidades médicas no Brasil e no mundo.
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A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, a partir de 2050, mais de 10 milhões de pessoas vão morrer por causa de bactérias resistentes a antibióticos, superando as mortes por câncer. E sabe por que? Porque o uso inadequado e excessivo dessas medicações associado a seu emprego na criação de animais faz com que esse processo de resistência seja acelerado, alerta a médica.
– Os antibióticos devem ser administrados pelo tempo e dose recomendados pelo médico, nem mais e nem menos. Além disso, as pessoas não podem usar a sobra do antibiótico de prescrições médicas anteriores. Inclusive, há locais apropriados para fazer o descarte do produto, como farmácias e postos, mas nunca no lixo comum.
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O diretor médico da Pfizer, Eurico Correia, acrescentou que suspender ou prolongar o tratamento com antibiótico é contraindicado porque também pode facilitar a resistência contra a bactéria.
– Outras atitudes que prejudicam o tratamento porque podem alterar a dose do antibiótico são partir o remédio ao meio e ingerir álcool. No caso da bebida, por ser diurética, pode diminuir a concentração do medicamento sem falar que sobrecarrega o fígado.
No caso das mulheres usuárias de anticoncepcional, é sempre importante avisar o médico porque o antibiótico pode cortar o efeito da pílula. Por fim, outra dica dos médicos é evitar idas desnecessárias ao hospital, local propício para as bactérias resistentes, orienta Eurico.
– Higienizar as mãos com água e sabão sempre que estiver em ambienta hospitalar é fundamental. Além disso, evite tocar em sondas, soros ou cateteres e nem se deite no leito do paciente.
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