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Hoje é Dia Nacional de Combate à Cefaleia e a enxaqueca está entre os tipos de dor de cabeça mais conhecidos. Infelizmente, eu sofro deste terrível problema e sempre que tenho a oportunidade gosto de falar sobre o tema. Dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia revelam que cerca de 70% das mulheres e 50% dos homens apresentam pelo menos um episódio de cefaleia ao mês. A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça, na grande maioria das vezes incapacitante, que atinge mais de 30 milhões de brasileiros e possui características pontuais como, por exemplo: crises que podem durar de 4 a 72 horas, dor unilateral e pulsátil, intolerância à luz (fotofobia) e a barulho excessivo.

O grande problema, na verdade, é que a enxaqueca ainda é uma condição pouco diagnosticada e consequentemente sem um tratamento eficaz. Por isso, é extremamente comum o paciente viver a base de analgésicos, percorrer inúmeros médicos ou acostumar-se a viver com dor.

A neurologista Célia Roesler, vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia reforça, entretanto, que enxaqueca tem tratamento e é possível viver sem dor.

– O diagnóstico da enxaqueca é realizado em uma consulta médica especializada, por meio de uma entrevista detalhada com o paciente, para saber qual a frequência, intensidade e os sintomas da cefaleia, já que não há exame específico para detectar a doença. Após a consulta inicia-se o tratamento a base de remédio prescrito pelo médico, que pode ser diário.

Uma dica importante que a médica costuma dar aos pacientes é que eles anotem sempre os períodos em que tiveram a dor de cabeça, assim como a intensidade (leve, forte, média, muito forte) e se foi necessário ingerir algum tipo de medicação. Com esse “diário da dor” é possível traçar um plano terapêutico mais eficiente.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, os medicamentos preventivos geralmente são reservados para pessoas que apresentam enxaqueca com alta frequência (mais de 02 episódios por semana) ou crises de forte intensidade e que não respondem satisfatoriamente à medicação sintomática. Os profiláticos também são importantes para pessoas que têm cefaleia em períodos previsíveis.

– Por isso, é importante o paciente procurar o neurologista especializado, pois com o tratamento preventivo, é possível reduzir a frequência do uso de medicações abortivas, tornando menos provável a cronificação da dor pelo abuso de medicamentos.

Estilo de vida

Mudanças na dieta também são fundamentais para garantir uma melhora efetiva. Alguns alimentos, como açúcar, cafeína, queijos, molhos, embutidos e até vinho podem provocar crises em pessoas predispostas. A questão não é cortar o consumo de vez, mas pensar em substituições ou na diminuição da ingestão, principalmente em períodos em que o paciente sente que uma crise vai se instalar. Tudo isso porque tais alimentos liberam substâncias inflamatórias que dilatam os vasos cerebrais e ajudam a desencadear a dor de cabeça. Exercícios físicos também são uma boa pedida, pois eles liberam endorfinas, que são ótimos aliados no controle da dor.

Crédito de foto: FreeImages

Resumo das características da enxaqueca

Duração das crises 4 a 72 horas, se não tratadas
Tipo de dor Pulsátil (latejante), na maioria das vezes.
Intensidade da dor Modera a forte na maioria das crises não tratadas
Fenômenos acompanhantes Intolerância à luz (fotofobia), ruídos (fonofobia) e odores (osmofobia), náusea, vômito.
Fatores de agravamento Movimentos súbitos ou inclinação da cabeça, esforços físicos ou mentais, decúbito (em alguns pacientes).
Fatores de melhora Sono (em alguns casos), aplicação de gelo, compressão das têmporas.

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